Foto: Pedro Luz
Sem dúvida alguma, foi uma união que deu certo. O segmento esportivo sempre gerou fascínio em seus admiradores que passaram a buscar cada vez mais, tudo que fosse referente à sua modalidade ou atleta preferido. Na sagrada grama de Wimbledon, a moda é o branco. Os tenistas ditam as regras do vestuário e fazem dos que praticam esse esporte direcionado para a elite, seguidores de um estilo mais “social”, um traje esportivo mais elegante e acima de tudo, tradicionalmente exigido. Mas, Gustavo Kuerten, no final dos anos 90, inovou ao aparecer para o seleto mundo do Tênis com um visual “abrasileirado”. O estilo mais despojado, com roupas longas e soltas, aliado a um conjunto de cores atípicas para aqueles padrões, acabou chamando a atenção, e de tal ponto, que ditou moda. Hoje, Kuerten possui soa própria grife.
Depois disso, a nova geração de tenistas surgiu rompendo a tradição e investindo em outras cores e cortes, caso do tenista Rafael Nadal, um dos sucessores do antigo posto de Guga como o número 1 da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Considerada uma das mulheres mais lindas do planeta, a tenista Maria Sharapova torna-se praticamente uma modelo enrustida pelas quadras do mundo. Seus patrocinadores, Nike e Tiffanys’s, investem pesado em sua imagem. Para se ter uma idéia, na competição realizada na Inglaterra, o Gram Slam mais tradicional da temporada, ela usou um brinco de diamantes estimado em R$ 20.000,00. E contraste, ironicamente, acontece devido a inusitadas junções como essa. Acostumados a aliarem os seus ídolos esportistas a visuais mais informais, os fãs passam a ver a moda sendo ditada no esporte agregando não apenas aqueles que praticam ou apenas gostam.
Muitos sabem quem é a Sharapova, mas nunca assistiram a uma partida que ela disputou; porém, por meio de veículos de comunicação dos mais variados segmentos e para os mais variados grupos como revistas de fofoca, jornais vespertinos e outros, a tenista Russa acaba ganhando destaque, e assim, sendo vista e admirada por muitas pessoas, inclusive garotas e mulheres de classe média alta, ou seja, o público-alvo capaz de adquirir um brinco da Tiffany’s.
Mas nem só de produtos para a elite vive a moda esportiva; muito pelo contrário, grande parte é fabricada para a maior parte da população e principalmente, os amantes das modalidades mais populares dos respectivos países. Não é difícil caminhar pelas ruas americanas e encontrar alguém vestindo camisas de times de Futebol Americano, na Venezuela o Beisebol é, incrivelmente, ovacionado pelas pessoas, e em países como Brasil, Argentina, Itália, Inglaterra, África do Sul, Alemanha e muitos outros, a moda é caminhar pelas ruas exibindo a camisa do seu clube de coração. Aqui no Brasil, uma grande contradição acontece. A busca por camisas da Argentina em algumas lojas, às vezes é 10 vezes maior em relação à da Seleção Brasileira.
- A da Argentina é muito mais bonita, tem mais detalhes, a do Brasil não tem nada de atraente - afirma Thiago, vendedor da loja de materiais esportivos Tonsan, do Madureira Shopping.
Alguns fãs buscam até mesmo nos trejeitos do seu ídolo a referência para que se tornem ou mesmo se sintam mais fãs, mais próximos, mais admiradores. Para isso existem as grifes esportivas, vestindo os interessados “a caráter” e proporcionando a eles a oportunidade de, por um instante, sentirem-se como se fossem atletas.
Foi assim com a popular fita que Renato Gaúcho usava nas décadas de 80 e 90; passando pelo estilo Hip Hop, hoje tão na moda e muito auxiliado pelos jogadores da NBA; até o período de Copa do Mundo, onde quem não veste as cores de sua seleção é considerado até mesmo uma pessoa desprovida de amor à pátria. São, ao todo U$$ 250 milhões movimentados em marketing esportivo, só no Brasil, em época de Copa.
Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro... São apenas alguns dos clubes mais tradicionais do país, mas que juntos são capazes de gerar verdadeiras fortunas em moda esportiva na venda de camisas, shorts, bonés e casacos. Tudo, é claro, junto a seus patrocinadores de roupas.
O esporte assim, vai ganhando mais adeptos e a moda também. Um círculo que não para de crescer e também de movimentar o mercado esportivo de todo o mundo.
GE ATAÍDE
A entrada das empresas no esporte é uma realidade e é o que ajuda o mesmo a movimentar cifras milionárias.
ResponderExcluirComo não podia deixar de ser, a moda acabou por se aproveitar desta brecha e atua incessantemente.
Pena que os clubes brasileiros ainda engatinham nessa relação e não saibam aproveitar todo o potencial que essas empresas possuem.